'Uber humano': conheça a invenção que permite alugar um corpo durante eventos sociais

Sabe quando você está preparado para ir a um evento, porém bate aquela bad, aquele sentimento de arrependimento que se instala quando estamos nos preparando para ir para algum lugar que realmente não queremos ir? Pois é: e, às vezes, nem estamos certos de como alguém nos convenceu a concordar, mas você já imaginou se houvesse uma maneira em que não precisássemos sair de nossa casa para participar de encontros sociais? E se nós pudéssemos contratar outra pessoa para sair ao invés de nós, enquanto ainda estamos fazendo acreditar que realmente estamos lá? Seria ótimo, não é mesmo?

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Pois foi exatamente isso que a empresa japonesa Rekimoto Lab sugeriu ao apresentar sua nova invenção chamada Chameleon Mask na conferência da EmTech Asia.

Chameleon Mask é um dispositivo que funciona muito bem como qualquer outro sistema de telepresença, mas em vez de ser montado em um robô em movimento, é usado por outra pessoa – um substituto humano. Esse substituto é capaz de ver o mundo através da câmera e obter instruções escritas, que superariam a alimentação da câmera, sobre como agir e o que fazer. Enquanto isso, o público veria e ouviria a transmissão ao vivo da pessoa que está instruindo, possivelmente, a quilômetros de distância. Essa ideia agora é amplamente rotulada como “Uber Humano”, pois pode levar qualquer pessoa a qualquer lugar que quiser, porém ao invés de usar um carro, usa-se o corpo de outra pessoa, claramente.

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Para comprovar a credibilidade do produto, a empresa realizou alguns experimentos, o que sugeriu que as pessoas que interagem tendem a realmente acreditar que a pessoa em frente delas é a mesma retratada na tela. A pessoa que atua como substituita, na maioria dessas situações, é simplesmente ignorada pelo público.

Este conceito interessante pode oferecer uma gama de vantagens na sociedade de hoje. Homens e mulheres ocupados poderiam usar este dispositivo para participar de reuniões ou fazer apresentações quando não pudessem estar fisicamente presentes na sala de conferências. As pessoas com certas doenças ou deficiências também podem se beneficiar do dispositivo, pois isso lhes daria a chance de ir aonde quisessem. As possibilidades são infinitas realmente, mas também é o que fica um pouco complicado – até que ponto uma pessoa pode ir ao usá-la?

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A questão dos encontros sociais é provavelmente o principal ponto controverso aqui: as pessoas realmente estão tão preguiçosas e antissociais que precisam usar esse serviço para evitar o contato humano real? Isso não afetará negativamente a maneira como as pessoas estão interagindo? Os criadores do produto mencionam a possibilidade de entrar em relacionamentos românticos com a ajuda do dispositivo, mas isso realmente proporciona aos usuários a intimidade necessária para um relacionamento sério? Além disso, e as possibilidades que ele cria para enganar os outros?

E então há o outro lado do projeto – os substitutos. A própria empresa abordou essa ideia bastante filosófica ao apresentar o produto – o que realmente significa estar com um estranho? O que significa receber ordens exatamente sobre o que você precisa fazer? Estar vendo a vida de outra pessoa, os momentos felizes e tristes… seria isso positivo? Como o substituto se sentiria sendo completamente ignorado?

O dispositivo ainda não é popular e não podemos ter certeza se será, então talvez essas perguntas não sejam válidas, ou mesmo já tenham uma resposta.