É possível que você já tenha ouvido várias curiosidades sobre a salsicha, não é verdade? Porém, o que será que é, de fato, verdade e o que é mentira? A gente vai contar todos os pormenores e detalhes nesse texto para que você não fique mais com dúvidas ou se sinta enganado.
O protagonista do cachorro-quente tem várias versões em cada canto do mundo. E as piores histórias são aquelas que falam sobre a produção dele, considerando a fama ruim do alimento. Em cada tópico, você terá uma informação que pode desmitificar os segredos da salsicha.
A origem da salsicha
O que se acredita hoje é que a salsicha tenha vindo da cidade de Frankfurt, na Alemanha. Porém, algumas histórias contam que o verdadeiro criador dela foi o açougueiro alemão Johann Geroghehner, de Coburg.
O fato é que ele teria viajado para Frankfurt para divulgar a novidade. Já entre os austríacos, a crença é de que a invenção é deles, especialmente porque o termo “winer”, que vem de “Wien”, que é Áustria em alemão, significa o alimento, o que indicaria a origem também.
Com as salsichas são feitas
Na maioria das vezes, as salsichas são feitas com carnes suínas ou de aves. Por isso, de fato, é um produto de carne e fonte de proteína. Diferente do que muita gente pensa, a produção é fiscalizada por órgão competentes, inclusive, do governo.
Por exemplo, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A salsicha é feita com restos de carnes? Aqui vamos considerar um termo que pode ser novo para você CMS (Carne Mecanicamente Separada).
O que é CMS? É algo bem próximo do fato de que as indústrias usam máquinas para separar as carnes dos ossos. Assim, a ideia é aproveitar tudo o que é possível. E, sim, as salsichas podem vir desse sistema. No entanto, o uso da CMS para a salsicha tem regras. Veja abaixo.
As regras da CMS para a salsicha
Conforme leis, considere que o uso da CMS para a produção de salsicha fica limitada pelo regulamento técnico de qualidade. Assim, a legislação diz que o máximo que se pode usar é de 60% em salsichas mistas ou de 40% nas salsichas de frango.
Isso quer dizer que, na prática, a salsicha não vem de restos de animais, como muitos pensam. Mas, sim, vem de uma matéria-prima que é usada pela indústria para extrair carne dos ossos. Aliás, na salsicha não vão pedaços de ossos, nem cabeças, pernas ou penas de frango, hein.
Até mesmo porque esses elementos jamais viram proteína, diferente da carne da ave. E nem existe matérias que transforme ossos ou penas em proteína, o que é outro mito. E sobre a farinha, tem outro mito: a lei diz que só se pode usar 2% de amido na produção.
Tem aditivos químico na produção
Sim. Esse é um ponto que pode ser verdadeiro, já que uma grande parte da produção de salsicha envolve também o estabilizante pirofosfato de sódio, além do antioxidante eritorbato de sódio e do conservador nitrito de sódio. Sem falar ainda de corantes naturais, como carmim de conchonilha e urucum ou o aroma de fumaça.
Então, esse pode ser um ponto negativo. Por outro lado, as agências reguladoras tentam atuar na prevenção de fraudes ou de exageros. Tanto é que a Anvisa tem uma lei que define os limites para o uso desses aditivos. Ah, e se é para falar de mitos, saiba que não vai papelão na produção de salsicha, ok?
Quando a salsicha incha é porque está estragada
Outro mito que você precisa conhecer é esse aqui. E a gente explica de forma mais teórica. Existe sim a recomendação para que se ferva a salsicha antes do consumo, com a ideia de eliminar microrganismos, o que se deveria fazer com praticamente todos os alimentos.
Porém, vem a questão sobre o inchaço. A salsicha incha porque a fervura faz aumentar a proteína de colágeno da fórmula. Logo, não tem a ver com o fato de estar estragada. É por isso que a recomendação de fervura existe, mesmo que pouca gente saiba qual é.
O ideal é que ferver a água e após levantar a fervura, colocar as salsichas. Aí você deixa cozinhar por apenas 3 minutos e isso já é o suficiente. Assim, ela não incha e fica livre de microrganismos.
Comer salsicha causa câncer
Outro mito que precisa ser explicado aqui. A ligação da salsicha com a possibilidade de câncer acontece por que a produção usa o nitrito de sódio. O que é comum em carnes processadas, como salame, bacon, linguiça, presunto e alguns queijos ou carnes curadas.
Bom, o fato é que temos um elemento rico em nitrogênio e oxigênio, onde o consumo exagerado pode trazer efeitos colaterais. O que pouca gente sabe é que ele é usado porque tem função de eliminar uma bactéria que produz toxinas para o sistema nervoso central.
Por isso, a Anvisa permite o uso dele. Só que para não prejudicar a pessoa que consome, há um limite, que atualmente é de 150 ppm ou 0,015% na produção da salsicha. Sem contar que alimentos com selo Anvisa querem dizer que eles passaram por estudos e aprovações.
Como saber se a salsicha é confiável
Como vimos até aqui, a produção da salsicha é um dos pontos mais importantes dela. Por isso, tem gente que tem problemas com o consumo, já que determinadas marcas ou produções não são tão confiáveis assim. Logo, vem a pergunta: como saber se dá para confiar?
Um bom começo é você considerar que há órgãos que fiscalizam a fabricação de salsichas. A partir deles dá para ter uma ideia da validação dos cumprimentos legais sanitários. Já falamos aqui do MAPA e da Anvisa e tem outros:
- BPF (Boas Práticas de Fabricação)
- APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle)
- SIF (Serviço de Inspeção Federal)
Inclusive, é o Ministério da Agricultura que está por trás do SIF, sendo que as embalagens dos alimentos autorizados recebem o selo SIF. Vale a pena dar uma conferida nesses selos se quiser adquirir salsichas de qualidade.
As melhores salsichas que existem
Além desses órgãos que regulamentam a produção no Brasil, saiba que há uma espécie de ranking com a listagem das melhores salsichas do mundo, também. Por exemplo, a salsicha Viena é considerada a mais pura, feita com carne bovina e sem a CMS.
Já a salsicha Frankfurt também é feita de carne de boi e sem CMS. Porém, elas levam mais temperos, inclusive, bacon. A salsicha tipo Viena ou tipo Frankfurt tem a diferença de terem a CMS em até 40% da produção.
Aí, em termos de qualidade do alimento, vem a salsicha de carne de ave, que é a mais comum e facilmente encontrada no Brasil. Por fim, a salsicha tradicional, que possui até 60% de CMS e geralmente é feita e açougues, de modo artesanal.
A lista de ingredientes
Por fim, mais uma dica que vale a pena para quem quer comprar uma salsicha de melhor qualidade: a lista de ingredientes. Uma boa ideia é você ler para saber qual é a composição daquele produto.
E a dica é a seguinte: se os primeiros nomes forem algo como “carne mecanicamente separada” ou “amido de milho”, cuidado porque ela pode não ser da melhor qualidade possível. Já se vier como principal ingrediente algum “tipo de carne”, isso já é melhor.
Ainda sobre ingredientes, saiba que uma salsicha pode ter até 570 miligramas de sódio (o máximo recomendado as pessoas é de 2.300 miligramas por dia – ou seja, no máximo 4 salsichas). Por outro lado, ela também tem potássio, magnésio e ácido fólico.
Para saber mais da salsicha
Se você quer saber mais da salsicha, a gente vai deixar aqui mais duas dicas, sendo elas: a Academia da Salsicha e o Museu da Salsicha. Isso prova que o alimento é bastante famoso em várias partes do mundo, inclusive, em países europeus, onde o consumo é bem alto.
A Academia da Salsicha existe mesmo uma instituição de ensino que tem aulas para quem gosta da salsicha ou de estudar o assunto. Assim, os estudantes se tornam especialistas e recebem certificado pelo curso de extensão. Ela fica em Neumarkt e tem 1.300 alunos.
O Museu da Salsicha fica em Berlim, lugar em que a salsicha tem papel de destaque. Chamado de Currywurst Museum, ele tem todo tipo de informação sobre elas, desde atividades interativas, até mesmo a produção do alimento e outras atrações.
O que os olhos não veem...
Para finalizar o texto, a gente vai ser um pouco controverso aqui. Considere que apesar de ter entendido muitos mitos e verdades da salsicha, de fato, a fabricação pode ser um tanto quanto estranha. Mas, isso porque a maioria das pessoas não tem contato com a produção.
É o mesmo que ver produzir um hambúrguer ou os empanados, assim como patê e chouriço, além da gelatina e suco em pó ou mesmo o bacon. Apesar de deliciosos, a produção pode ser um tanto quanto “nojenta”. Só que isso não significa que não terá qualidade.