Do ostracismo para o mainstream: o mundo dos jogos domina cada vez mais espaços

Foi no dia 26 de agosto de 2018, no estádio Rogers Arena, em Vancouver, Canadá, que uma parte da história dos videogames foi escrita. Naquele palco, quase 19 mil presentes, junto com mais de 66 milhões de espectadores no mundo todo, assistiram a dois times do jogo de computador Dota 2 digladiarem pelo título de melhor do mundo. Um evento que foi transmitido não só na internet, mas também em diversos canais de televisão mundo afora.

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De um lado, os “renegados” europeus da OG. Do outro, as estrelas chinesas da PSG.LGD. E, no centro de tudo, um prêmio de 44 milhões de reais, o maior na história dos eSports até então, a ser distribuído entre os jogadores da equipe vitoriosa.

Mas nem sempre as coisas foram assim no mundo dos jogos. Afinal, não precisamos ir tão longe no passado para chegarmos à época em que essas coisas se limitavam ao ambiente de puro entretenimento, apesar das discussões profundas constantemente ocorridas na mídia. Entretanto, os jogadores que em outros tempos "jogavam por diversão" absorveram as habilidades que a prática de jogar nos traz – como raciocínio rápido, criatividade e uma mente estratégica, para citar algumas – e muitos tiveram grande sucesso em suas vidas. Hoje, alguns deles são figuras de grande influência não só na mídia como também em congressos governamentais e empresas, comandando desde salas de roteiristas de séries de TV até as nossas políticas públicas.

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Fonte: Pixabay

Talvez essa seja uma das mais marcadas evoluções que permitem que hoje tenhamos os jogos tão em evidência em nossas vidas. Na palma das nossas mãos, temos idiomas sendo ensinados por meio de aplicativos que são verdadeiros videogames educativos e estamos a um clique das emoções dos jogos de um cassino online, que pode nos transportar a universos ligados ao divertimento independentemente das nossas limitações de tempo e espaço. Isso sem mencionar o RPG, que deve em breve virar uma verdadeira mina de ouro nas mãos daqueles que forem inteligentes o bastante para explorá-lo.

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E por falar em jogos, é incrível como o fenômeno de Dungeons & Dragons ainda passa desapercebido por uma parte bem relevante de pessoas, até mesmo da mídia especializada em jogos deste tipo. Aqui no Brasil, temos podcasts de massa cujos episódios de role-playing (“interpretação de papéis”, em português) são recordistas de audiência. E lá fora, grupos como o Critical Role – que reúne dubladores profissionais jogando D&D de forma semanal, transmitindo as sessões todas as quintas-feiras na plataforma de streaming de jogos Twitch – quebram recordes de arrecadação em kickstarters, alcançando a marca de 44,7 milhões de reais em sua “vaquinha” para produzir um seriado animado de TV sobre o jogo.

Tudo isso, quiçá há dez anos, era ainda algo inimaginável para os fãs desses nichos, o que mostra como o mundo dos jogos é cada vez mais incorporado ao nosso cotidiano e indica que o ramo continua receptivo, melhorando a cada dia. E, assim, o universo dos jogos, que representou para muitos "apenas uma diversão" no passado, vai abrindo cada vez mais portas nos tempos atuais.