Optar pela mudança de vida não é uma escolha casual ou um capricho. Na maioria das vezes, quando falamos de mudanças importantes, falamos de um ato de necessidade, de firme convicção e, acima de tudo, de coragem. Porque às vezes não há mais outras opções, precisamos trocar de pele, arrancar as raízes e buscar outros mapas para poder “ser”, para pode recomeçar e encontrar o equilíbrio entre as necessidades e as conquistas, entre os desejos e os comportamentos… Como vamos ver a seguir, tudo isso é importante quando você toma a corajosa decisão de fazer uma mudança de vida.
Winston Churchill disse, com toda razão, que melhorar é mudar e que ser “perfeito” é ter a coragem de mudar frequentemente. No entanto, a essa afirmação podemos acrescentar outra tão importante quanto: as mudanças são positivas sempre que não perdemos a nossa essência, nossos próprios valores. Portanto, qualquer variação que fizermos ao longo do nosso ciclo vital deve ter como objetivo nos aproximar um pouco mais daquilo que realmente desejamos ser.
“Não há nada igual a voltar a um lugar que permaneceu sem mudanças para descobrir o quanto você mudou.”
-Nelson Mandela-
No entanto, conseguir fazer isso não costuma ser fácil nem rápido, muito menos agradável no início. Assim, algo curioso que costuma acontecer é que a maioria das pessoas assume que devemos fazer uma mudança quando alguma coisa relevante acontece na nossa vida. Perder o trabalho, deixar um relacionamento, sofrer uma decepção ou um fracasso, é como se fosse um convite direto para realizar uma mudança de vida, o que resumimos em uma frase popular: “renovar ou morrer”.
No entanto, e isso é importante deixar claro, antes de estarmos nessas situações na beira do penhasco, seria positivo desenvolver estratégias relacionadas à mudança pessoal para enfrentar melhor tais momentos. Se “mudar” é sinônimo de progresso e de melhora, vamos colocar isso em prática diariamente, de forma contínua, de maneira integrante e inteligente.
Dessa maneira, vamos reagir muito melhor frente a qualquer acontecimento e nos sentiremos mais válidos para continuar avançando. Portanto, vamos ver uma série de estratégias para alcançar essa meta.
5 passos para promover uma mudança de vida
Mudar sua vida é uma necessidade que você já deve ter sentido mais de uma vez. Essa necessidade já o levou a consultar algum livro de autoajuda para descobrir que a maioria deles oferecem ideias gerais bastante parecidas, carregadas de otimismo e boas intenções.
No entanto, a realidade é outra. Nosso cérebro é resistente à mudança. Ele não gosta, não acha certo mudar porque para ele representa um desequilíbrio e uma ameaça direta à nossa sobrevivência. Isso nos leva, uma vez mais, à premissa de que toda mudança é traumática e, portanto, para amenizar esse impacto devemos aplicar no dia a dia 5 regras, 5 perspectivas de pensamento que vão nos ajudar a favorecer essa renovação pessoal.
1. Através da simplicidade surge a clareza
Marcos começou a dar aulas de karatê. Seus alunos têm entre 8 e 12 anos e Marcos repete para eles constantemente que “sem esforço não há recompensas”. Ele faz isso enquanto dá instruções exaustivas e muito complexas, estimulando o esforço das crianças. Uma semana depois, da classe de 20 alunos ficaram apenas 3.
O que esse instrutor fez de errado? Achar que poderia provocar nas crianças mudanças rápidas e um compromisso firme com as aulas foi um erro. As verdadeiras mudanças, as melhores conquistas, chegam ao atingir objetivos simples, claros e motivadores nos quais trabalhamos todos os dias.
Dessa maneira, se você deseja fazer uma mudança de vida, nada melhor do que simplificar o processo. Estabeleça uma meta, uma fácil de conseguir (mesmo que ela faça parte de outra maior e mais difícil). Quando você a alcançar, proponha para o dia seguinte outra meta um pouco mais complicada ou que pressuponha um novo progresso. Assim, e sem perceber, você terá meia montanha conquistada.
2. “Proteja” seus novos comportamentos
Toda mudança, grande ou pequena, exige colocar em prática novos comportamentos. No entanto, há um problema comum do qual nem sempre se fala. Como o meio reage a essas variações? Como o meio reage a nossa necessidade de renovação?
- Frequentemente sentimos o efeito de comentários pouco adequados e nada motivadores. Na verdade, podemos chegar ao ponto (nada recomendável) de dar um passo para trás por causa das críticas.
- Devemos evitar isso. Tome consciência de que todo novo comportamento deve ser “protegido”. Se você escolher, por exemplo, parar de sair com certos amigos, dedicar mais tempo aos seus hobbies ou praticar outros, não permita que o que os outros disserem ou deixarem de dizer o afete.
3. “Ser” é mais fácil do que se transformar
Quando você quer mudar sua vida, pode cometer o erro de desejar se transformar em outra pessoa. É comum visualizar uma imagem na qual nos vemos como alguém diferente, alguém especial chegando a um novo lugar, desempenhando tarefas apaixonantes, conhecendo pessoas diferentes e interessantes.
Devemos manter os pés no chão e entender dois aspectos essenciais.
- “Ser” é mais fácil do que se transformar. Ou seja, promover uma mudança de vida não significa nos transformarmos em alguém que não somos. Isso não é racional nem saudável.
- O ideal é que toda mudança estimule a expansão do nosso ser. Que nos permita encontrar o equilíbrio, mas desafiando, ao mesmo tempo, os nossos medos e as nossas limitações para dar um passo mais além. Um passo no qual ajustar aspirações e conquistar sonhos e triunfos, bem-estar e satisfação.
“Não tente mudar o mundo, tente não deixar o mundo mudar você.”
-Carlos Ruiz Zafón-
4. O medo do desconhecido está justificado
Em muitos livros de autoajuda, vamos encontrar a seguinte frase: “não tenha medo, você consegue, confie em si mesmo”. Bem, essa expressão tão comum e usada em excesso tem nuances que devemos considerar. Vamos ver.
- Ter medo é normal, não o negue nem o esconda. Limite-se a entendê-lo.
- O medo da mudança é, acima de tudo, medo da incerteza, do que vai acontecer, da dúvida de se a pessoa será capaz, se tudo vai dar certo… Entenda que esse tipo de pensamento corresponde ao mecanismo de sobrevivência do nosso cérebro, nos encorajando a ficarmos quietos e não nos arriscarmos.
Portanto, não é exagero aplicar a seguinte série de verbalizações no seu dia a dia para que possam ajudar você:
- Estou com medo e meu medo tem uma justificativa. É um processo normal que devo entender e gerir. O objetivo é que esse medo, longe de me paralisar, me sirva como motivo para desafiar a mim mesmo, para ver até onde consigo chegar.
- Para diminuir esse medo, vou estabelecer objetivos realistas, simples e progressivos. Vou avançar pouco a pouco, mas sem parar.
- Se existe uma coisa que eu tenho certeza é que toda mudança vai me levar a um lugar onde serei melhor. Toda mudança deve ser positiva. Por isso, vou focalizar minha mente em tudo de positivo que esse processo vai representar até a conquista do objetivo.
5. Admire cada resultado
Se você deseja fazer uma mudança de vida, lembre-se de que a pressa não é uma boa companheira. Ir devagar nos permite ter mais perspectiva, ser mais conscientes de cada passo dado, dos erros cometidos e das correções que podem ser aplicadas.
Realizar uma ou várias mudanças não é uma tarefa fácil, não é um caminho simples. Na verdade, às vezes, a distância mais curta entre dois pontos nem sempre é uma linha reta, mas uma jornada ziguezagueante na qual vamos cair e levantar duas ou três vezes… na qual vamos nos perder e nos reencontrar, na qual daremos um passo para frente e dois para trás.
No entanto, não devemos nos esquecer de uma coisa nessa aventura: de admirar cada conquista. Porque o sucesso conquistado será nosso e de mais ninguém. É um processo no qual só há uma pessoa a agradar, atender e escutar, e esse alguém somos nós mesmos.
Não hesite, portanto, em aplicar esses conselhos se você deseja mudar sua vida. Todo o esforço vai valer a pena.