Descubra onde colocar o dinheiro com a queda da Selic para 3% ao ano

No começo de maio deste ano, o Banco Central anunciou o novo e último corte da taxa básica de juros da economia, a Selic. Com queda de 0,75 ponto percentual, ficando em 3% ao ano. Logo, muita gente ficou com dúvida sobre onde colocar o dinheiro com a queda da Selic.

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Afinal de contas, não tenha dúvidas de que a renda fixa vai render menos a partir de agora. Ainda mais porque estamos falando do menor patamar da história para a Selic. Em suma, para quem quer segurança nos investimentos, há um problema a ser resolvido.

Antes de tudo, porém, entenda que essa queda na Selic é vista como forma que o governo tem para ajustar o sistema financeiro do país. Portanto, ainda que esteja no menor patamar, ainda pode ser que caia mais. Vamos entender isso por completo.

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O que muda com a queda da Selic

Muita coisa muda com a queda da Selic. Inclusive, agora há um incentivo ainda maior para que as empresas acessem o crédito a juros mais baixos. Basicamente, é uma forma de o governo conseguir “acalmar” os empresários e fazer a economia girar.

Outra coisa que muda é que os analistas cada vez mais diminuem a projeção para a Selic para o fim do ano. Se antes eles palpitavam um valor entre 4% e 5%, agora já se fala em 2,25%. A próxima reunião é em junho e um novo corte pode acontecer.

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Por outro lado, a vida do investidor também muda – ainda mais para aqueles que gostam da renda fixa ou de ativos mais conservadores. Mas, saiba que até mesmo para eles, a dica agora é ousar um pouco mais e ir em busca de retornos melhores.

Além do mais, tem algo que não muda, na visão da maioria dos especialistas: a importância de se ter uma reserva de emergência. Então, é bom pensar nisso também na hora e estudar colocar o dinheiro com a queda da Selic. Afinal, há crise, desemprego e doenças.

Para a reserva de emergência

Conforme os especialistas, é preciso pensar na reserva de emergência antes de tudo. Nesse caso, a regra se mantém: pensar em liquidez diária para ter o dinheiro para um resgate rápido em caso de imprevistos. Portanto, nada de ficar pensando na rentabilidade.

Essa é a opinião de Sigrid Guimarães, da Alocc Gestão Patrimonial. “O investidor tem que assumir riscos compatíveis com a sua vida. Logo, se ficar sem liquidez nenhuma aplicação pode compensar em momentos como de pandemia”, garantiu em entrevista.

Ela diz ainda que essa reserva de ser acumulado de forma totalmente focada nesses dias, afinal, “ninguém sabe quando o crescimento econômico vai voltar”. Logo, pense em ter uma reserva que seja válida para custear a sua vida em até 6 meses, com base no custo de vida.

Só que esses 6 meses é só o começo. Ela diz que o ideal é ter algo equivalente a 3 anos dentro da renda. Só depois se deve pensar em outros ativos. E uma boa ideia, conforme ela, é pensar aqueles títulos atrelados à Selic.

Os ativos

Ainda sobre esse assunto de colocar o dinheiro com a queda da Selic e pensando em reserva de emergência, saiba que a dica é não pensar em produtos de risco, como créditos privados ou CDBs de bancos ruins.

Outra ideia é pensar nos fundos simples com taxa zero. De modo geral, eles investem em ativos compatíveis com a Selic. Inclusive, a boa notícia é que várias plataformas possuem esses títulos, como BTG Digital, Rico e Órama.

A dica é de outro especialista em renda fixa, o Marcelo D’Agosto. Ele fala que nessa fase que o Brasil e o mundo estão passando só deve pensar em títulos atrelados à Selic e nada mais. Até mesmo porque os fundos conservadores estão tendo perdas históricas – e altas taxas.

Além dos títulos atrelados à Selic dá para considerar aqueles ligados à inflação também, como opção para a reserva de emergência. Isso para quando a gente fala em longo prazo e eles devem ser escolhidos após o investidor tem um bom valor naqueles atrelados à Selic.

Já quanto aos prefixados, o especialista diz que não é um bom momento para ele. Isso porque ninguém sabe, exatamente, o que vai acontecer no futuro – nem mesmo no médio prazo. Se a Selic subir, esses títulos perdem valor.

Dá para colocar o dinheiro com a queda da Selic na bolsa?

Para fechar o artigo, saiba que a renda variável acaba sendo sempre uma ideia para quem quer ganhar dinheiro com investimentos financeiros. No entanto, é preciso muito cuidado, ainda mais quando a gente fala do curto prazo.

Uma das coisas é pensar no crescimento econômico do país, que deve se recuperar aos poucos e ao longo do tempo. Outra coisa é pensar que, por isso mesmo, as ações hoje em dia podem estar mais baratas. Mas, para quem está começando, o cuidado deve ser redobrado.

onde colocar o dinheiro com a queda da Selic

Assim sendo, ambos especialistas falam em pensar primeiro em ETFs, que são fundos de investimentos em índices, como o Ibovespa. Outra ideia são os fundos multimercados e os imobiliários, que podem ser vistos como diversificações para investidores.

Por último, eles ainda citam a opção de investir no exterior, que é possível através de fundos de ações, fundos de títulos corporativos ou fundos cambiais. “O investidor só deve controlar o tamanho do risco que quer correr porque está na renda variável”, diz D’Agosto.