Saiba o que vai subir de preço com o dólar a R$ 5

Em 12 meses, o dólar subiu 30%. O resultado é que hoje em dia ele está acima dos R$ 5. Isso tem gerado certa inquietação em todo mercado, afinal, é um recorde nominal. Para os brasileiros, a preocupação é com o que vai subir de preço com a alta do dólar.

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Ainda mais porque nenhum especialista consegue prever até onde vai essa subida da moeda norte-americana, né. E, mesmo que existem pontos positivos em ter uma cotação do dólar tão alta, saiba que hoje vamos falar dos pontos negativos, que vão direto aos consumidores.

Talvez você já tenha ouvido falar que isso traz problemas quanto ao poder de compra, não é mesmo? Ou que pode nos levar a uma inflação mais acentuada também. E isso tudo é verdade. Mas, o que será que quer dizer exatamente? Vamos descobrir.

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Mas, por que o dólar sobe tanto?

Antes de falarmos de alguns produtos ou serviços que vão ficar mais caros e já estão mais caros por conta do dólar, vamos considerar alguns pontos que fazem a moeda subir tanto.

Um dos motivos é o famoso hedge. Isso porque existe uma guerra comercial entre Estados Unidos e China. Logo, os juros americanos indicam recessão. Também tem a crise na Argentina.

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Também podemos falar do carry trade, que é uma operação responsável por atrair dinheiro estrangeiro para o país. O movimento era muito vantajoso para os brasileiros. Porém, com a queda na Selic, ele perdeu atratividade.

Por último, temos que citar o refinanciamento das dívidas, que conta com a turbulência externa e a recuperação em passos curtos da economia do Brasil, para fazer com que o dólar fique ainda mais alto.

O poder de compra

O poder de compra tem a ver com o fato de que uma viagem aos Estados Unidos, com certeza, ficará mais cara do que você havia previsto quando o dólar não estava lá nas alturas, como agora. O mesmo vale para quem compra fora do país.

De modo simples, a gente sabe que o dólar alto beneficia os exportadores, mas prejudica quem importa os produtos.

E tem mais uma coisa: não se trata apenas das compras internacionais. O dólar alto também influencia na variação de preço internacional do petróleo, por exemplo. Logo, isso aumenta o preço dos combustíveis nos postos. O que é bem ruim para o bolso do brasileiro.

O risco da inflação

Como já mencionamos acima, ninguém sabe exatamente por quanto tempo o dólar vai ficar lá nas alturas. Até mesmo porque isso depende de uma série de fatores. No entanto, o que preocupa é o risco da alta da inflação.

O que isso quer dizer? Que o preço da gasolina, por exemplo, poderá pressionar o resultado da inflação e subir de valor. É o que os especialistas chamam de efeito de câmbio na inflação.

Um indicativo disso é o fato de que o Banco Central está fazendo vários leilões da moeda americana para controlar o câmbio.

As dívidas em dólar

Outro ponto que fica do lado negativo tem a ver com as dívidas em dólar, que é natural no caso de muitas empresas de vários setores. O problema está em pagar dívidas em dólar e ter receitas em real. Isso dá uma diferença muito negativa no caixa.

O endividamento em dólar é uma questão chave para o fechamento de várias delas.

Aperto na margem dos empresários

Apesar de estar um tanto quanto relacionado ao poder de compra, que já citamos lá no começo do texto, saiba que temos um destaque a mais quando se fala em alta do dólar para os empresários de vários ramos.

O que acontece é que os lojistas não conseguem segurar essa alta por muito tempo. Então, acabam repassando os valores para os consumidores. Como consequência, muitos deixam de comprar. Então, cabe ao empresário ter um aperto na sua margem de lucro.

Os investimentos

Por último dá para falar também dos investimentos financeiros. No caso da caderneta da poupança, ela não sofre variações. Já para quem investe em fundos cambiais, geralmente se perde muita rentabilidade, já que são títulos prefixados.

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A renda fixa também acaba sofrendo com a alta do dólar, mesmo que de forma indireta. Isso porque ela tem a ver a inflação. De modo geral, CDB, Tesouro Selic, Tesouro IPCA, LCI e LCA tendem a ter rendimentos menores com o dólar nas alturas.

Dólar a R$ 5!

No último dia 16, o dólar bateu o recorde e chegou a R$ 5. Para economistas isso pode ter sido ainda mais impactado pelo coronavírus. Além do mais, eles dizem que nem todas as medidas feitas pelo governo reduzem a cotação.

Para se ter uma ideia, a cotação o PIB do Brasil em 2020 vem sendo reduzida. Por outro lado, o mercado financeiro passa por uma recessão global. E, além de tudo, há uma expectativa de redução no corte de juros do Brasil.

Assim sendo, com a Selic cada vez menor, o dólar deve continuar alto.

No caso do dólar turismo, a mídia encontrou informações de que a moeda estava em R$ 5,20 no dia 16 de março. Sendo que isso já inclui o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 1,1% para dinheiro em espécie e de 6,38% para cartões de crédito.