As declarações de Martin Scorsese despertaram polêmica. Ele disse que os filmes de super-heróis da Marvel "não são filmes", mas algo mais parecido com um "parque de diversões". Se alguém esperava que ele se retirasse de cena ou pedisse desculpas por isso estava errado.
Durante uma conferência de imprensa que ele ofereceu no BFI London Film Festival, o diretor criticou novamente esses filmes e também sobre o futuro diante do crescimento desse gênero.
Todos tomam a decisão sobre o tipo de filme que desejam assistir, e é bom que, de tempos em tempos, eles escolham os desse gênero, ele disse, mas declarou novamente que não é cinema e acrescentou: "Não devemos ser invadidos por isso. Precisamos de cinemas para avançar e mostrar filmes que são narrativas."
E levou isso ainda mais longe, ao considerar a situação dos novos criadores, que gradualmente estão ficando sem financiamento para seus projetos e ainda o têm, sem espaços para projetá-lo, porque tudo é ocupado por super-heróis:
"Onde os jovens vão financiar seus filmes agora? Não tenho ideia. Eles não vão a um estúdio de Hollywood. E então, quando obterem, onde será exibido, estando os cinemas tomados pelos filmes dos parques temáticos (Marvel)? Os cinemas se tornaram parques de diversões. Está tudo bem, mas não invada todo o resto."
James Gunn, diretor de Guardiões da Galáxia, foi um dos primeiros a responder às declarações de Scorsese e, em relação ao seu trabalho, Martin disse que era muito bom, o problema é que eles estão criando novas gerações que acreditam que o cinema não é nada demais.
Nesse sentido, ele disse, é uma "invasão" do cinema, que pode ter consequências, porque os próximos consumidores só procurarão esse tipo de filme, deixando de lado outros projetos mais profundos e mais atraentes.
"Se você tem um filho e ele quer ver o filme, você o levará? Você decide. O público que os vê agora, os fãs que assistem a esses filmes agora, foram criados assim. É uma invasão, por assim dizer, no cinema."
Certamente, essas não serão as últimas declarações que veremos, não apenas de Scorsese, mas também daqueles que defendem esse gênero.
